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Nada é como os sonhos sonhados
em gavetas acondicionados
e, finalmente, descartados
No grande vazio
sonho pensado, moldado, surge
invisto nesse espelho de mim mesma
evito os pedregulhos espalhados no caminho
carrego um grande guarda-chuva
resguardo-me de qualquer respingo
e de repente, de novo, a expectativa criada
desvanece como nuvens
no anoitecer dos meus pensamentos
Agora quero muros de silêncio
que aparem qualquer rajada de vento
e permitam o meu dormitar sem conhecimento
sem esperar nenhum acontecimento
livre de excessivas, vazias e inúteis palavras
silêncio! Sonho o silêncio...
Cocais, janeiro/2008
Heloisa Trad
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