domingo, 27 de março de 2011

Citações cujo conteúdo inclui a palavra-chave “silêncio”


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"Ler obriga cada um a ter um encontro consigo próprio, no tempo em que voluntariamente, ou pela mão de outrem, se entrega a um silêncio que mais não é do que o preenchimento da sua forma de sentir e, depois, pensar, através das emoções que a escrita de outro lhe revela e desenvolve. Ler é, por isso mesmo, um ato único de cada um entrar em contato com partes muito profundas de si próprio, e disso encontrar eco ou amplidão e assim, no fundo, crescer, e fazê-lo de uma forma frequentemente mais aberta, crítica, amorosa ou humorística na relação consigo e com tudo o que o rodeia".

"Ler também implica outra questão fundamental no equilíbrio afetivo de todos, expressa na capacidade de estar só, na importância de alguém se escutar a si mesmo nos seus silêncios, de se organizar perante a ausência, de comunicar mentalmente através de uma linguagem não falada e de a ela conseguir ligar as representações afetivas que a leitura sugere. Quem lê sente e quando alguém sente tem que, automaticamente, saber digerir o impacto dessas mesmas emoções".

"Quanto mais silêncio houver num livro, melhor ele é. Porque nos permite escrever o livro melhor, como leitor".

"O silêncio só é silêncio quando não somos capazes de escutar com o coração".

"Os problemas, vistos no meio da agitação, tornam-se mais graves. No silêncio, contudo, acabam por tomar a sua verdadeira dimensão e, mesmo que nos angustiem, deixam de ter o peso que tinham".

"O silêncio é uma das formas mais poderosas de evitar a ansiedade e o stress".

"Os silêncios são das maiores forças do crescimento psíquico. Representam tempos de pacificação, de resolução de conflitos, de reencontro, mas também são espaços de abertura, portas abertas à comunicação e ao preenchimento do que existe à nossa volta. Surpreendem. Marcam. Fazem adormecer, tanto quanto fazem sonhar".

"Silêncio é um esquecimento mental que nos permite comunicar profundamente com alguém".

"A linguagem é apenas uma parte da realidade que conseguimos tirar ao silêncio para nos abrirmos melhor".

"Há momentos a que a uns convém que se fale, a outros que se faça silêncio. Nas sociedades democráticas, não há nunca silêncio, porque o silêncio fala, embora também possa apenas haver ruído".

"Muitas vezes, a memória torna-se clemente com as coisas que, sendo tristes, não são nem preponderantes nem indiferentes para nós. As coisas tristes não precisam de ser episódios que nos sangrem na alma. Estão por ali. Não as conseguimos ignorar nem as queremos esquecer: acompanham-nos como o som, fanhoso, de um rádio antigo que atropela todas as tentativas de saborear um silêncio. As coisas tristes não nos deprimem nem nos amarguram, por exemplo. E isso é bom. Mas adormecem e põem-nos de costas para o futuro. E isso é péssimo".

"Ao menos o aldrabão, através das palavras que nos deixa, pode ser analisado e confrontado. O calado, em contrapartida, está protegido. Não tendo falado, não mentiu. Mantendo o silêncio, não induziu ninguém em erro. E, caso tenha induzido, a culpa obviamente não foi dele..."

"Em democracia, ter opinião é mais uma obrigação do que um direito. Não ter medo de dizer alguns disparates não representa um ato de coragem. O que não ajuda o país são os silêncios da conveniência".

"Em Portugal, receia-se o exercício de liberdade que é responsabilidade e direito da seleção. Envolve-se o ato por manto diáfano de legislação, subvertido por regimes de excepção, por onde passa, sub-reptícia e silenciosa, a arbitrariedade".

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