domingo, 17 de julho de 2011

O silêncio e a fala



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"O silêncio é a melhor resposta quando se houve uma bobagem".

"Fale somente quando suas palavras forem tão suaves como o silêncio".

"Às vezes damos uma impressão de dinamismo ao dizermos alguma coisa. Outras vezes, damos uma impressão igualmente significativa ao permanecermos em silêncio".

sábado, 2 de julho de 2011

Palavras e Silêncios - Paulo César Oliveira


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A PALAVRA É O MEIO DE COMUNICAÇÃO QUE USO PARA ME COMUNICAR COM AS PESSOAS. O SILÊNCIO, POR SUA VEZ, É O MEIO QUE USO PARA ME COMUNICAR COMIGO MESMO, COM MEUS SONHOS E PENSAMENTOS E COM O ESPÍRITO SANTO.

NÃO ESCREVO O QUE EU QUERO, ESCREVO O QUE EU NÃO SOU. ESCREVER NÃO É UMA PRETENSÃO MINHA. O SILÊNCIO É MAIS PODEROSO DO QUE AS PALAVRAS, MAS EU AMO AS PALAVRAS. EU JOGO COM ELAS COMO SE JOGA DADOS: SORTE E FATALIDADE. CADA PALAVRA É UMA IDÉIA. CADA PALAVRA MATERIALIZA O ESPÍRITO. QUANTO MAIS PALAVRAS EU CONHEÇO, MAS SOU CAPAZ DE PENSAR O MEU SENTIMENTO.   PARA CADA PALAVRA QUE DIGO HÁ PELO MENOS DUAS QUE NÃO DIGO. QUAL É MESMO A PALAVRA SECRETA ? AQUELA QUE NUNCA FOI DITA ? NÃO SEI, PORQUE NÃO A USO. NÃO SEI, PORQUE NÃO A OUSO DIZÊ-LA. MAS SINTO QUE EXISTE PELO MENOS UMA QUE NÃO PODE SER PRONUNCIADA. EU SINTO ESSA PALAVRA PROIBIDA QUANDO ESTOU PERTO DE VOCÊ. QUANDO SINTO O SEU CHEIRO E O CALOR DO SEU CORPO EU FICO MUDO. NESSE MOMENTO AS PALAVRAS SE TORNAM DESNECESSÁRIAS E, SE FALO, ME COMPLICO. 

A PALAVRA NÃO DEFINE E O SILÊNCIO ME CONDENA. SÃO AS PALAVRAS QUE ME IMPEDEM DE DIZER A VERDADE. EU USO AS PALAVRAS PARA NÃO DIZER NADA, POIS NÃO ESTOU PREPARADO PARA O SILÊNCIO. EMBORA SEMPRE CORRA O RISCO DE MINHAS PALAVRAS SEREM MAL INTERPRETADAS, NÃO COMPREENDIDAS OU USADAS CONTRA MIM, EU NÃO TENHO MEDO DAS PALAVRAS  E NÃO USO O SILÊNCIO PARA ME ESCONDER. EU ME ESCONDO NAS PALAVRAS, ONDE AINDA POSSO SER ACHADO.

Paulo Cesar de Oliveira,  

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Magia do Silêncio - José Louzeiro




Nos dicionários e enciclopédias sua definição é o que sabemos: ausência de barulho. E eu me pergunto? O que vem a ser o silêncio como fenômeno da natureza? Que mecanismos são acionados para produzi-lo, se nada neste mundo é gratuito? Um grão de areia tem significado relevante; uma gota d'água é partícula do rio mais caudaloso. 

Sons, vozes e ruídos se extinguem quando deixamos de ouvi-los ou continuam em vibração nas regiões particulares do universo, esse nosso desconhecido? Seriam partículas elétricas, da energia consciente de cada um de nós, do nosso cérebro, matriz de todos os pensamentos e do qual, também, pouco ou nada sabemos? Parece não haver sequer uma bibliografia confiável a respeito da matéria. Não sei de nenhum filósofo que se tenha debruçado sobre o assunto. Seria o silêncio o primo pobre dos demais fenômenos que tanto mobilizam os doutos acadêmicos? Diante dessa carência de conceituação, deixo aqui minhas impressões sobre o tema que me parece rico e desafiador.

Em termos de espiritualidade, silêncio é força e caminho propício á introspeção e á meditação. Pelos imensos desertos que o sopro do silêncio instala diante dos nossos olhos e da nossa mente, caminham os peregrinos brahmins, em busca da fonte inesgotável de paz e harmonia. O silêncio seria a predestinação? Seja como for, ele nos acompanha na intimidade e estará conosco no instante final, companheiro e guia pelos meandros da eternidade.

Com sua força misteriosa, composta de sutilezas e transparências, transcende a todo e qualquer estado de beatitude e nos dá a medida exata da pureza e da humildade. Aqueles que conseguem acompanhar seu ritual, gozam de riqueza interior e, por isso, ostentam o tilak do desapego.

Há na mística do silêncio, algo que induz ao esquecimento. Passado, presente e futuro seriam a mesma coisa ou coisa nenhuma. Simples etapas do relógio de Ravan, cujo pêndulo oscila entre as esperanças malsucedidas, os sonhos de grandeza e as dores que marcam nossa transitoriedade. Sem silêncio a alma fica pequena e a morada em que habita torna-se ainda mais acanhada. De outra pane, se não existe grandeza espiritual, o materialismo atua com o vigor do ódio que a tudo destrói.

A cena final, num campo de batalha, só aparentemente se fecha em silêncio. Na verdade, tudo que lá restou é ausência e esta, aos ouvidos atentos, traduz-se em gemidos e ranger de dentes. Não vejo o silêncio como sendo o monumento universal à tristeza. É, ao contrário, largo caminho por onde o ser humano transita na sua incessante aventura.

O silêncio que acompanhou os descobridores navegantes, agora é o manto cósmico dos astronautas. Quando se vão, são pessoas comuns, olhos habituados às nossas limitações. Ao retornarem, seus horizontes se desenham nas paragens do infinito.

Tiveram o privilégio de conviver com o ilimitado, sabem que um dia desses o espiritual e o científico se completarão na unicidade de uma nova era, pois o mesmo fenômeno que envolve o singelo exercício da meditação, permeia os campos de força que mantém a harmonia do universo. Para os brahmins, silêncio significa saúde. Energia a recarregar as baterias do contentamento, da fé, da tolerância e do amor. Aclara o poder de observação e de entendimento dos mistérios que nos cercam.

O indivíduo que se dedica á "doutrina do silêncio", se assim posso dizer, é aquele que venceu importantes estágios da existência e pôde avançar com desenvoltura para a luz do divino. Libertou-se das artimanhas do profano, colocou-se de corpo e alma a serviço do sagrado.O silêncio é o incenso que queima e mais perfuma as cerimônias religiosas, com sua musicalidade e cânticos de Anjos, em louvor aos iluminados. Todos os barulhos, por mais intensos que sejam, caem nas águas do silêncio e viram rutilâncias, fundem-se com as cores das auroras.

Sons e ruídos pulsam ressonâncias nos seus patamares de alegria, recolhimento, introspecção e paz. No mar alto de seus desdobramentos, tremulam as bandeiras do chamado "silêncio de morte" que é, também, da libertação.Para os místicos, aqueles que conseguem vê-lo, o silêncio é um caudaloso rio com águas cor de vento. Não seca nunca e nas regiões em crise, por onde passa, assume a forma de um lago a espelhar o clamor dos humilhados e ofendidos.

Mas, se é de silêncio o sono dos justos, a confissão íntima dos prisioneiros, a lamentação dos perdedores, não haverá paz na trajetória dos perversos, dos que mentem e corrompem com a desenvoltura dos que semeiam verdades. Por isso, nos ambientes em que a violência e a trapaça imperam, o silêncio é de ouro. Um filólogo paciente, trabalhando em colaboração com um brahmin, um professor, um monge e um poeta, bem que poderia compor o alfabeto do silêncio. A letra "A" definiria o amor. E por quê?

O Silêncio - Zeca Baleiro

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Essa noite não tem lua
Eu sei porque vi com meus olhos
Além dos luminosos que não brilham mais
Dorme às escuras a lua

Pra onde vai nosso amor,
Nossa sede?
Há tempos que pergunto isso
Nem mesmo Jesus Cristo
Pendurado na parede
Saberia a resposta

Vem comigo, vem
Já tenho quase tudo que me basta
A flor no pasto
A mesa posta
Minha música e teu calor
Agora só me falta aprender o silêncio.

Silêncio - Clarice Lispector

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“Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo, porque eu mesma não posso.” 
 
Clarice Lispector

Vida e Ensinamentos dos Mestres do Extremo Oriente - Baird T. Spalding


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Recebi hoje esse texto do meu amigo Paulo César Oliveira...


“Se após um silêncio ainda restarem idéias, pensamentos ou coisas a dizer do Silêncio, então não estivemos no silêncio. É provável que apenas tenhamos mantido atitude visivelmente silenciosa. Enquanto existirem resíduos, sejam eles de qualquer substância, houve a ação do pequeno ego. Nossa mente não silenciou!

O silêncio não nos pertence, pertence a Deus. O silêncio pode ser visitado se o visitante se abandonar e se entregar a Deus. Se temos sofrimentos ou alegrias com o que vemos, estamos olhando com o pequeno ego. Entrar no silêncio é abandonar o pensador, é contemplar. É ver as coisas como elas são.”

Palavras de Jesus, ao ser solicitado a ensinar o silêncio – da obra Vida e Ensinamentos dos Mestres do Extremo Oriente, de Baird T. Spalding.

“Agora sei que sou Deus e me identifico com todo o Universo de Deus. Murmuro para Deus meu Pai e nada me perturba. Fico em silêncio respirando.”